Dissertações

                       

Confesso que fiquei indeciso ao traçar o roteiro desta minha modesta escrita. A começar pela escolha de um título, capaz de levar o leitor a fazer uma reflexão profunda. Quanta pretensão! Como “alinhavar” o texto, manter a coesão, evitar palavras rebuscadas, divagações inúteis, e “fechar com chave de ouro”? Então, resolvi estabelecer uma diretriz alicerçada na simplicidade. Assim sendo, reproduzo um trecho da poesia “Não sei” de autoria de Cora Coralina, uma mulher idosa e simples, que revolucionou a literatura brasileira com suas obras de extrema beleza e significado: ... “Não sei...se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.” Eis, em poucas palavras, uma grande lição de vida. No mundo atual, o desamor assume proporções assustadoras. O ódio e a violência fazem parte do cotidiano. O egoísmo, como uma praga, predomina. Creio que nós, que fazemos parte da “resistência”, devemos somar forças para reverter esse quadro antes que tudo se transforme em caos. Talvez, a palavra de ordem mais apropriada no momento seja “altruísmo”, que deve ser disseminado em todos os cantos do planeta terra. Dentro deste contexto, é muito oportuna a frase “Para um altruísta verdadeiro, é o resultado que conta, não a satisfação pessoal de ter ajudado” (Matthieu Ricard, doutor em biologia molecular e monge budista, autor do livro “Felicidade – A Prática do Bem Estar). Acrescento, ainda, a importância de reconhecermos que “todos somos um”, vinculados ao sentimento de irmandade universal. Diz, com muita propriedade, Sua Santidade o Dalai Lama: “Para enfrentar os desafios de nossos tempos, creio que a humanidade deve desenvolver um sentido maior de responsabilidade universal. Cada um de nós precisa aprender a trabalhar não apenas para si mesmo, para sua família e sua nação, mas em benefício de toda a humanidade.” (trecho extraído do livro “Conversas com o Dalai Lama”, pág.249). Relacionado a tudo isso, entendo, que os sentimentos de Amor e Compaixão, como princípios sagrados e inarredáveis, devem nortear nossas vidas. Somente assim, teremos maiores chances de transformar o mundo para melhor. Para os descrentes e pessimistas, será perda de tempo. Mas, não importa, eles ainda não despertaram para o fato de que temos uma missão terrena a cumprir em prol do Bem Comum. Sigamos em frente, com humildade e perseverança, e coloquemos em prática os ensinamentos desses seres abnegados. Nossa semeadura será árdua, e para lograr êxito, teremos de combater com afinco as ervas daninhas da maldade. Mesmo diante das tribulações, muitas vezes impiedosas, não devemos fraquejar. Não podemos deixar morrer o sonho. Aquele sonho de uma sociedade justa e fraterna, onde todas as pessoas são iguais, devendo tratar umas às outras com respeito e solidariedade. Por fim, lembremo-nos de que a luz sempre vence as trevas, e essa luz que provém de Deus, nos guiará por caminhos resplandecentes.

*Advogado, Escritor, Poeta e Livre Pensador. Acadêmico Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG.

A LUZ SEMPRE VENCE AS TREVAS

*Gladston Salles

TERRA E SUSTENTABILIDADE

                       

A chamada Revolução Industrial provocou uma mudança radical na interação do homem com a natureza. Nesse caso em particular os objetivos passaram a ser exclusivamente econômicos. Fato que vem causando graves danos ao meio ambiente até então inexistentes. Os intricados problemas socioambientais que a humanidade enfrenta na atualidade é decorrente desse processo avassalador. Levando em conta as profundas transformações no meio ambiente global, creio que não seria exagero afirmar que a perpetuação da vida no planeta terra está ameaçada. A ultrajada natureza reage com fenômenos naturais que assombram o mundo. Os desastres ambientais se multiplicam causando doenças e perdas irreparáveis. Mas o homem alheio a tudo isso, com sua ambição desmedida busca o desenvolvimento econômico a qualquer preço. Daí os problemas oriundo da poluição, do desmatamento, da contaminação de solos e sistemas hídricos por substâncias tóxicas, do aquecimento global, da perda da camada de ozônio e etc. A questão ambiental deve ser analisado com especial atenção. A vida moderna sem consciência ecológica pode provocar o caos. Medidas urgentes devem ser tomadas pela comunidade internacional na busca da harmonização entre o ser humano, a economia e a sustentabilidade do meio ambiente. O equilíbrio planetário depende da preservação dos recursos naturais que possa garantir a sobrevivência humana. Mas, ao planejarmos o desenvolvimento que não esgote os recursos para o futuro, devemos levar em conta que qualquer atividade humana causa impactos ambientais, como por exemplo o ato de respirar dos seres vivos. Assim sendo, harmonização, talvez seja o fator primordial para conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental. Hoje o uso dos recursos naturais é extremamente voraz e irresponsável e prejudica o ciclo normal de renovação da natureza. Portanto, todo o esforço na busca do progresso e desenvolvimento deve ser empreendido com fundamento na consciência ecológica. O reconhecimento de que a humanidade é parte integrante da natureza (Carta Mundial da Natureza das Nações Unidas/1982) equivale a dizer numa visão holística que os seres vivos e a natureza são originários do mesmo Princípio e o homem que é um ser racional deve proteger o ambiente para a perpetuação da vida terrena. Cabe a nós que visamos o Bem Comum participar com empenho do processo ambientalista. A terra precisa de uma chance.

*Advogado, Escritor, Poeta e Livre Pensador. Acadêmico Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG.

*Gladston Salles